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Após dar a luz a Renesmee (Mackenzie Foy), Bella Swan (Kristen Stewart) desperta já vampira. Ela agora precisa aprender a lidar com seus novos poderes, assim como absorver a ideia de que Jake (Taylor Lautner), seu melhor amigo, teve um imprinting com a filha. Devido ao elo existente entre eles, Jake passa a acompanhar com bastante atenção o rápido desenvolvimento de Renesmee, o que faz com que se aproxime cada vez mais dos Cullen. Paralelamente, Aro (Michael Sheen) é informado por Irina (Maggie Grace) da existência de Renesmee e de seus raros poderes. Acreditando que ela seja uma ameaça em potencial para o futuro dos Volturi, ele passa a elaborar um plano para atacar os Cullen e eliminar a garota de uma vez por todas.
Fonte: Adoro Cinema
CRÍTICA
Bella como gostaríamos de já ter visto
Qualquer adaptação que parta da literatura e acaba nas telonas corre o risco de se tornar mais crua e menos interessante. Não é o que acontece com a "Saga Crepúsculo". Nesse caso, a adaptação cinematográfica deu muito mais ritmo e maturidade à história para meninas adolescentes que se arrasta incansavelmente por quatro livros e que poderia facilmente ser condensada em um ou dois, no máximo. O argumento é interessante: uma humana se apaixona por um vampiro e é melhor amiga de um lobisomem, e os dois são inimigos naturais. Temos o elemento sobrenatural, o romance, o drama, o suspense. Mas lendo, tudo se liga de uma forma um tanto frágil e menos crível que na telona. O ar de fantástico, a trilha sonora fugindo do melodrama (com bandas como Muse) e cenas de ação dão aos filmes mais elementos atrativos. E dentro desse espectro, "Amanhecer - Parte 2" é o melhor da saga. Tanto o banner promocional quanto o trailer repetem fórmulas visuais e frases do encerramento da série Harry Potter ("todo o momento levou a isso, o final épico"), que também caiu no óbvio, mas é um filme que tem seus próprios méritos.
Alguns furos obviamente aconteceram, como a fácil aceitação de Charlie (pai de Bella) em não saber o que aconteceu com a filha ou de onde surgiu Irina e aquele bando de parentes dos Cullen. Mas é encantador ver diversas novas personagens dando uma nova cara para a história que já conhecemos. Por mais que a maioria seja quase que figurantes sem fala (como as índias da Amazônia), é interessante que um filme que já tem sua essência difundida na cultura popular se utilize dela como base sem precisar ficar se explicando o tempo todo. Esse imaginário popular serve agora de trampolim para histórias um pouco mais complexas. E essa é o principal trunfo do filme.
Não há mais muita coisa nova pra se introduzir sobre o clã dos Cullen, portanto o foco recai sobre o nascimento de Renesmee, filha de Bella e Edward (que é bizarramente digitalizada até atingir seus 7 anos) e o desenrolar que isso traz para o restante das personagens. O filme começa de forma muito corrida, com Bella, agora vampira, se adaptando a isso. Pouco de emoção resta de toda a preparação dela para esse momento, tão importante em todos os capítulos anteriores da saga. Mas nada disso importa quando começa o suspense do ataque dos Volturi. A partir daí, o filme se desenvolve com maestria. Os efeitos são bem acabados, o roteiro com o timing perfeito inclusive para o humor e até Kristen Stewart supreende com a atuação. Bella deixou de ser uma menina branquela sem sal para se tornar uma atraente vampira com muita atitude. Esse filme é dela.
Pra quem gosta de ação, não tem como não ser legal ver lobisomens e vampiros se degladiando e arrancando cabeças de modo sanguinário (como não poderia deixar de ser). Definitivamente, é um filme mais adulto e, apesar de ter um aumento significativo no elenco, é um filme de personagem. Bella ganhou destaque graças aos seus companheiros de cena.
Sem spoilers, para os patriotas, é gratificante ver que o fato de Renesmee ter sido concebida na lua-de-mel de Edward e Bella no Brasil, dá ao país um "papel" importante no fechamento da batalha.
"Amanhecer" (as duas partes) é um filme para fãs. Ainda assim consegue uma ótima opção para os não-fãs.