Um novo ângulo sobre a história por trás de um dos feitiços mais famoso dos desenhos Disney, mostrando origens, os acontecimentos paralelos e dando um novo final à história da fada Malévola.
O que há para não gostar neste 'Malévola'? Assumidamente fantástico, o filme se apresenta desde o início como um conto de fadas daqueles, e assim abraça o tema até o final. Mais um dos live actions de clássicos Disney, iniciado por 101 Dálmatas (1996), e que já revisitou Alice no País das Maravilhas em 2010, Malévola traz Angelina Jolie (fascinante) como a famosa vilã.
Com uma proposta idêntica ao do famoso musical da Broadway 'Wicked', o filme procura contar a história anterior aos acontecimentos de "A Bela Adormecida", além de mostrar o que ocorria em paralelo à história que todos conhecem de cor. Por ser feito pela própria Disney, o filme fica livre para se manter fiel ao material original e difere, por exemplo, da caracterização dos personagens que Branca de Neve e o Caçador (2012) fez, replicando a clássica figura da vilã dos desenhos, em uma reprodução perfeita criada por Jolie.
Invariavelmente, é quando ela está na tela que o filme fica absolutamente interessante. A boa notícia é que isso acontece quase o tempo inteiro da projeção. Jolie consegue mostrar muita maldade e doçura, e até mesmo emocionar em cenas lindamente filmadas. Para mim, não haveria hoje uma atriz que entregasse a qualidade de interpretação que ela consegue neste filme, tornando a vilã extremamente carismática. A cena em que ela invade o castelo do Rei Stefan (Sharlto Copley) para lançar seu feitiço sobre Aurora (Elle Fanning) é tão hipnotizante em sua execução que lembra, eu diria, a primeira aparição do Coringa para os capangas reunidos em Cavaleiro das Trevas, simplesmente impossível olhar para qualquer outra coisa e não ver ali a performance de uma atriz plena e ciente de seu poder, com ou sem efeitos especiais grandiosos, ficando evidente o quanto Jolie estava se divertindo com aquilo tudo. E como todo bom conto de fadas, o filme é mesmo deslumbrante de se ver. São tantos elementos extremamente detalhados ao mostrar o mundo de Malévola, que já temos o segundo melhor ponto do filme: efeitos e fotografia excelentes, o que era esperado do estreante diretor Robert Stromberg, vencedor do Oscar de direção de arte por Alice (2010) e Avatar (2009).
Sendo assim, o restante do elenco tem pouco a fazer, até mesmo Elle Fanning não entrega nada além do que o papel limitado que Aurora pede dela. Não me incomodou o excesso de sorrisos e alegria constante da garota afinal, sejamos francos, ela está enfeitiçada para ser feliz, para ser bonita e para furar o dedo aos 16 anos, não é culpa dela.
No todo, o filme vale a sua pipoca, o seu tempo e cumpre a tarefa de entreter com qualidade. Vão sem medo, amigos pipoqueiros, caiam no encanto dessa vilã e os desafio a sair de cara emburrada, a não ser, claro, que você não curta Lana Del Rey cantando Once Upon a Dream nos créditos.
Em tempo, o teaser do próximo live action da Disney, Cinderella, já saiu no mês passado e você pode conferir aqui.
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