Quer Pipoca?: Harry Potter e a Câmara Secreta (2002)

1 de março de 2012

Harry Potter e a Câmara Secreta (2002)

(Harry Potter and the Chamber of Secrets) Reino Unido/Estados Unidos, 2002
«««««


De férias na casa de seus tios Dursley, Harry Potter (Daniel Radcliffe) recebe a inesperada visita de Dobby, um elfo doméstico, que veio avisá-lo para não retornar à Escola de Magia de Hogwarts, pois lá correrá um grande perigo. Harry não lhe dá ouvidos e decide retornar aos estudos, enfrentando um 2º ano recheado de novidades. Uma delas é a contratação do novo Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Gilderoy Lockhart (Kenneth Branagh), que é considerado um grande galã e não perde uma oportunidade de fazer marketing pessoal. Porém, o aviso de Dobby se confirma e logo toda Hogwarts está envolvida em um mistério que resulta no aparecimento de alunos petrificados.
Fonte: Adoro Cinema




CRÍTICA
Um adeus ao bom Dumbledore

Um retorno à casa dos Dursleys traz a Harry Potter (Daniel Radcliffe) um aviso através de um elfo doméstico feio, dócil e atrapalhado chamado Dobby. E assim começa a segunda aventura do garoto bruxo que liderou bilheterias por uma década. Nesse segundo volume da saga, o clima mais sombrio começa a se aproximar, trazendo uma ideia do que vem pela frente nos próximos filmes, mas ainda assim mantém a atmosfera mágica que Chris Columbus trouxe às telas em "A Pedra Filosofal", abusando das cores e do contraste forte. São esses elementos que ainda mantém a identidade infantil do início da série, pois o enredo já começa a ficar um pouco mais sombrio.

É em "Câmara Secreta" que J.K. Rowling começou a mostrar seu brilhantismo ao revelar pontos essenciais do enredo que só seriam percebidos em livros futuros. Essa segunda parte, por exemplo, tem uma ligação bem forte com a sexta, "Enigma do Príncipe", ao explorar superficialmente o passado escolar de Lord Voldemort (ou Tom Riddle). A adaptação para o cinema, obviamente tem suas limitações em relação à publicação, visto que a trama é mais complexa e os primeiros filmes tinham o compromisso de se firmarem como filmes infantis (foram tão bem sucedidos que depois tiveram dificuldades em descolar essa imagem para emplacar uma aventura adulta).

Algumas atuações brilhantes ficam ainda por conta do elenco adulto. Richard Harris é o perfeito Dumbledore, acertando o tom para voz, postura, olhares e excentricidades do diretor de Hogwarts (coisa que na minha opinião não foi carregada para as partes seguintes pelo terrível Michael Gambon, após a morte de Harris). Outro que acerta o ponto é Robbie Coltrane na pele do meio-gigante Hagrid. Essas duas personagens, tão importantes na jornada de Harry, não deixam falhas até aqui. Outra que parece bem confortável em cena é Miriam Margolyes como a professora de Herbologia Pomona Sprout.

Já as crianças, não surpreendem (a não ser por relances de Emma Watson como Hermione Granger) e os adultos tem uma interpretação um tanto caricata, explícita nas cenas de Molly e Arthur Weasley (Julie Walters e Mark Williams) ou da família Dursley (Richard Griffiths e Fiona Shaw). Nem mesmo Maggie Smith (Minerva McGonagall) ou Alan Rickman (Severus Snape) se destacam.

Os efeitos especiais ficam balanceados entre alguns muito artificiais (carro voador chegando em Hogwarts) e outros muito bem feitos, como toda a construção de Dobby, que é um personagem à parte. Além de detalhadamente texturizado (muito melhor do que sua versão opaca de Relíquias da Morte - Parte 1), o elfo ganha um brilho especial com a voz de Toby Jones. É uma pena que ele seja tão pouco presente nos filmes quanto é nos livros. Seria diversão garantida.

Os cenários abusam de corredores do castelo, em sua maioria filmados em Oxford, na Inglaterra, e traz como destaque a própria Câmara Secreta, que ambienta o clímax da história tão bem que foi utilizada em outro momento importante, na última parte da saga. O interessante nos filmes de Harry Potter é que todo o cenário (e objetos de cena) são concebidos em extremo detalhamento, tendo preocupação com cada item que o compõe, mesmo que não apareça claramente no vídeo. Esse preciosismo ajuda bastante na ambientação das cenas. E isso fica claro na sala de aula da professora McGonagall e na primeira visita à Toca, casa de Rony Weasley (Rupert Grint). E por falar no ruivo do trio infantil, os impactos mais cômicos do filme ficam por sua conta, auxiliados mais pela edição do que por sua atuação.

O roteiro não deixa muitas pontas soltas e mesmo estando dentro de uma série cinematográfica, é um filme que fala por si só. Isso é algo que funciona bem, também comercialmente. Ainda assim, falta um pouco de apelo. Ou seja, Chris Columbus fez um bom trabalho, mas Harry Potter ganhou vida depois que ele deixou a direção da série.
































Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...