Quer Pipoca?: 'Os Croods' Surpreende com Excesso de Simpatia e Bom Ritmo

9 de junho de 2014

'Os Croods' Surpreende com Excesso de Simpatia e Bom Ritmo

(The Croods) EUA, 2013



Família pré-histórica mantém sua rotina de constante luta por comida, proteção e criação da prole em um mundo cheio de ameaças. A separação dos continentes, no entanto, dará um novo sentido às suas vidas, com a chegada de um jovem que é a próxima etapa da evolução.


Convenhamos: qual o interesse que uma animação sobre uma família pré-histórica poderia ter no público? Maltrapilhos, constantemente cobertos de poeira, desdentados, mal encarados e disformes, os personagens mal serviriam para vender brinquedo, ou atrair adultos. Assim, pequeno era meu interesse em ver a obra. E que erro.

'Os Croods' é talvez um dos filmes mais simpáticos da Dreamworks desde 'Kung Fu Panda' (2008). Mesmo longe do espetáculo de 'Como Treinar Seu Dragão' (2010), o filme não demora mais que 5 minutos para conquistar seu coração e fazer a plateia gostar automaticamente da família de neandertais/homo sapiens/trogloditas. Logo em uma sensacional sequência de abertura conhecemos a rotina da família Crood, liderada pelo pai Grug (voz de Nicolas Cage no original) com sua esposa Ugga (Catherine Keener) em que, juntos, têm que desafiar animais mortais para conseguir comida, alimentar toda a família e retornar em segurança para a caverna que os protege dos perigos lá fora. Destaque para a bebê dos Croods, que ganha uma participação hilária no resgate do ovo que será a janta da família. Genial.

O filme se afasta do apuro científico e histórico, e explora livremente uma mescla entre diferente estágios evolucionários do ser humano, colocando juntos os Croods e o pensante e 'cerebrado' Guy (Ryan Reynolds). Além disso, brinca com espécies de animais ricos em detalhes e com excelentes conceitos criativos. Destaque para a revoada de pássaros-piranha donos de duas belas e engraçadas sequências. 

A animação transita a esmo por belos cenários ao longo da jornada da família em busca de segurança, após o início da separação dos continentes que quase os afasta permanentemente. O surpreendente entrosamento dos personagens garante a energia e constantes piadas que o filme espertamente consegue incluir, sem deixar de lado a história bem escrita pelos diretores Kirk de Micco e Chris Sanders, este responsável também pelos roteiros de 'Lilo & Stitch', 'Mulan', 'O Rei Leão', 'Aladdin' e 'A Bela e a Fera'.

Com o já tradicional desafio de entreter jovens plateias e os adultos que as acompanham ao cinema, o filme consegue com folga resolver o problema de criar empatia com uma família pré-histórica, entregar ação muito bem coreografada (continentes se abrindo e câmeras velozes entregam aqui resultados surpreendentes) e sem ficar aquela velha sensação de animação bem feita (e muito) com argumento frouxo e desinteressante. Além disso, brinda a plateia com emocionantes cenas, difíceis de acreditar que são apenas pixels bem renderizados na tela. Particularmente, a cena em que a família enfrenta a dor da possível perda de um de seus membros já deixa esta obra à frente de inúmeras que chegaram às telas recentemente e é um dos inúmeros motivos que garantiu sua indicação ao Oscar 2014 de Melhor Animação.

Prepare muita pipoca, queiros leitores, e vá de sorriso aberto pra este filme, que já tem sequência confirmada para 2017 e a gente vai ver fácil!

O filme está disponível atualmente no Netflix e também em DVD/Blu Ray.















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