(The Amazing Spider-Man 2) EUA, 2014
Peter Parker assume o papel de herói de Nova York e se aprofunda no passado sombrio dos pais, aumentando ainda mais o conflito interno do personagem em busca de sua origem, tudo enquanto precisa lidar com formatura, a namorada e proteger sua Tia May do alter ego que criou.
Ainda que a trilogia anterior me fascine até hoje, sigo repetindo que essa nova leitura de Homem-Aranha é a melhor visão do herói já feita no cinema. Da escolha do elenco, ao salto dos efeitos especiais que este filme entrega, temos um filme de super-herói, ponto. A locação, os personagens, podem e são mesmo reais, mas temos aqui uma camada de fantasia importante, talvez imprescindível para que o filme aconteça e se saia tão bem.
O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro continua a jornada de Peter Parker (Andrew Garfield) com sua rotina como homem-aranha. Logo no início, uma cena impressionante mostra a mecânica, e a dificuldade, de se cruzar Nova York usando o meio de transporte do herói: teias, muitas teias. Aqui já temos o primeiro avanço em relação até mesmo ao filme anterior de 2012 (lembre aqui da
crítica do Quer Pipoca?), a textura da roupa do herói chega a se mover com a força do vento, dando mais realismo ao rolê pelos prédios, além do diretor Marc Webb repetir a deliciosa técnica de por a câmera do ponto de vista do próprio homem-aranha, com os trancos e rodopios muito bem explorados.
Aqui, Peter já sabe a que veio como o homem-aranha, e encontra o tom certo para combater o crime na cidade. O que não segue em paralelo com a vida pessoal do herói, que passa por idas e vindas com a namorada Gewn Stacy (Emma Stone), a garota mais legal do mundo inteiro, e região. A empatia pelo casal é imediata, e sem mimimi eles transitam pela trama com algumas das melhores cenas do filme.
O problema aqui, talvez um dos poucos, é que o vilão Electro (Jamie Foxx) não atrai nenhum interesse. Manipulável como um fantoche, ele vai para o lado de quem oferecer o melhor osso, em busca de uma amizade que acabe com sua sensação de ser 'invisível', só que acaba perdendo o interesse de quem realmente precisava conquistar: a plateia. Simultaneamente o verdadeiro, e esperado, vilão deste filme toma forma, quando o magnata herdeiro da Oscorp, Harry Osborn (Dane DeHaan) vai perdendo a razão em busca da cura de uma doença terminal. A saber, ele se torna o Duende Verde, aqui realmente ameaçador e em nada lembrando o constrangedor cosplay de Jaspion verde do filme de 2002.
O embate entre os dois é simplesmente brilhante em sua concepção, com cenas furiosas de batalha pelos ares, e que termina em uma das cenas mais fortes da mitologia do Homem-Aranha nos quadrinhos, e também cheia de polêmicas quando a história original foi publicada em 1973. Sem soltar spoilers, o impacto foi tão grande na época, que a Marvel teve que voltar atrás e repensar o destino dos personagens. Aqui, a mesma cena volta a acontecer, mas sem margem de dúvidas, como aconteceu nos quadrinhos. Vale a pesquisa depois de ver o filme e conferir o mistério.
Portanto, querido pipoqueiro, trate de rever o primeiro filme da nova trilogia (sim, teremos um próximo, claro), comprar seu ingresso e ir aproveitar essa lindeza de aventura imperdível para quem busca ação de qualidade com uma história redondinha. E não deixe de buscar Stan Lee na multidão, ele está lá, tirando uma onda de novo.
E surpresa da Marvel no final da projeção. Sim, quem saiu antes dos créditos terminarem não viu o preview de uma cena de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, que estreou ontem, mas como a gente é legal, toma aí a cena :)