Quer Pipoca?: Atividade Paranormal: Marcados Pelo Mal - Forçação de Barra ao Expandir o Universo do Original

3 de maio de 2014

Atividade Paranormal: Marcados Pelo Mal - Forçação de Barra ao Expandir o Universo do Original

(Paranormal Activity: The Marked Onesl) EUA, 2014
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Trio de amigos do subúrbio de Los Angeles passa a enfrentar forças malignas, que podem estar surgindo a partir da casa vizinha, onde uma suposta bruxa vive escondida de todos. No entanto, ela faz parte da mesma seita de mulheres vista nos filmes anteriores da série.


Atividade Paranormal é uma das minhas séries de terror favoritas. E como a maioria delas, não deveria ter passado do terceiro filme. Este 'Marcados Pelo Mal' inclusive nem se inclui na contagem numérica dos filmes anteriores, ganhando apenas o subtítulo que já mostra ser um tipo de spin-off da série original.

Logo no início, o formando colegial Jesse (Andrew Jacobs) dá um breve discurso sobre a importância de mudanças e novos caminhos. A partir daí já sabemos que as amarras se perderam e tudo que dava liga entre os filmes anteriores se foi. E assim começam os problemas, tanto na vida dos protagonistas, quanto no filme. A começar pela justificativa de introduzir câmeras de mão, algo que, nos filmes anteriores, sempre tem contextos por vezes criativos, como webcams de computadores, circuitos internos de tv, testes de câmeras nos anos 80, aqui vem do nada.

Espírito brother: O 'espírito', 'presença' ou cururu que se apresenta a Jesse, começa suas interações na brodagem. Em uma sequência de cenas bem-humoradas, Jesse mostra ao amigo as proezas que começa a ser capaz de realizar depois de uma noite brincando de invocar o capeta dentro de uma igreja. Troféu joinha pela péssima ideia, das personagens e dos produtores. As cenas lembram versões capengas do genial 'Poder Sem Limites' (Chronicle, 2012). Mas Atividade Paranormal nunca, e eu repito, nunca mostrou o espírito maneirão, sendo sempre assustador desde as primeiras interações, levando a um clima de tensão crescente.

Neste 'Marcados Pelo Mal', quanto mais forte o espírito se torna, mais vamos conhecendo detalhes que ampliam o enredo construído pelos primeiros três filmes. Para evitar spoilers, digamos que após as descobertas deste filme, podemos facilmente esperar uma série de novas histórias com o selo 'Atividade Paranormal' paralelas às que contam a vida das duas irmãs protagonistas anteriores. Assim, o filme se afasta do material em que se baseou para criar uma intriga com alcance global, indo contra o drama doméstico de gente comum lidando com o pior ser sobrenatural que as trevas poderiam brindar uma casa. O problema é que, ao fazer isso, ele também se afasta do seu público, transformando tudo em uma fantasia de grandes proporções, ignorando que o que aterrorizou plateias no filme original era, por vezes, a simplicidade de uma mecha de cabelo se movendo em ambientes fechados (pobre Katie, guerreira).

Claro que a obra ainda se chama  'Atividade Paranormal' por algum bom motivo, e na maior forçada de barra de todas, as duas tramas (deste com o primeiro filme) se unem, numa cena que, mesmo começando errada, agrada de início, até que se torna uma grande vergonha alheia. Isso em menos de dois minutos.

Mas nada tema, querido leitor fã assim como eu, a minha pouca curiosidade e expectativa de -1 para assistir a este filme ainda permitiram bons momentos que, na distância, lembram porque estes filmes são assombrosos. A treva é que são as mesmas cenas prontas para funcionar dos filmes anteriores e até de outros similares, como 'REC' (o espanhol, por favor, não o remake americano 'Quarentena').

Como opção para os pipoqueiros que ficam em casa com os amigos no final de semana, recomendo (já está disponível em DVD e Blu-Ray) mas, ainda assim, uma maratona de 'Atividade Paranormal' 1, 2 e 3 segue sendo mais atraente.












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